Vemos em Efésios 6:12 que “… a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes.”
A Palavra de Deus nos ensina que estes espíritos maus são anjos caídos que foram destronados pelo Senhor Jesus Cristo. Nosso contato com estes demônios deveria ser com a consciência de que Jesus os derrotou, os destruiu e os reduziu a nada (Colossenses 2:15). E agora que Jesus os destronou, podemos reinar sobre eles!
A TRAIÇÃO DE ADÃO
Originalmente, Deus fez a terra e sua plenitude dando a Adão o domínio sobre todas as obras de Suas mãos. Em outras palavras, Adão era o deus deste mundo. Adão cometeu alta traição e se vendeu a Satanás. Este, através de Adão, tornou-se o deus deste mundo. Adão não tinha o direito moral de cometer traição, mas tinha o direito legal de fazê-lo.
Agora Satanás tem o direito de estar aqui e ser o deus deste mundo até que o “contrato de Adão” expire. Satanás tinha o direito de governar sobre nós até que nos tornássemos novas criaturas e entrássemos no Corpo de Cristo, como vemos em Colossenses 1: “Dando graças ao PaL. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor…” (vs. 12,13).
E por isso que Satanás não tem direito de governar nem domínio sobre nós. Entretanto, em média, os crentes têm mais fé na autoridade e no poder de Satanás do que no de Deus!
A Bíblia não somente fala do primeiro homem Adão, mas também do segundo Adão, Jesus Cristo, que se tornou nosso Substituto. Em I Coríntios 15:45, Ele é chamado “o último Adão” e no versículo 47 é chamado “o segundo homem”. Tudo o que Jesus fez, Ele o fez por nós.
Nosso problema é que relegamos tudo para o futuro! A maior parte das pessoas nas igrejas acreditam que exercitaremos nossa autoridade espiritual durante o Milênio. Se for assim, por que a Bíblia diz que Satanás será atado durante o Milênio? Não haverá nenhuma necessidade então de exercer autoridade, porque não haverá nada aqui que nos trará malefício ou destruição.
AUTORIDADE AGORA
É agora, quando há coisas que nos prejudicam e nos destroem, que devemos exercer autoridade. Mas muitas pessoas crêem que podemos fazer muito pouco agora. Pensam que Satanás está na direção de tudo e de todos aqui. Lembremo-nos, entretanto, que, embora estejamos no mundo, não somos do mundo. Satanás está dirigindo muito do que há aqui na terra, mas não está nos dirigindo. Não está dirigindo a Igreja. Não tem domínio sobre nós. Podemos dominá-lo, temos autoridade sobre ele!
Jesus disse: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre TODO o poder do inimigo, e nada (nada, nada, nada, nada, nada) absolutamente vos causará dano” (Lucas 10:19).
Será que a Igreja deste século tem menos autoridade que tinha logo após a morte, o sepultamento, a ressurreição, a ascensão e o assentar de Jesus à destra do Pai? Se a Igreja tivesse menos autoridade hoje, teria sido melhor que Jesus não tivesse morrido. Mas não, graças a Deus, temos autoridade.
Precisamos implantar essas verdades em nossas vidas, nelas meditando e delas nos alimentando até que se tornem parte de nossa consciência. Falando de coisas naturais, comemos certos alimentos todos os dias porque os médicos nos dizem que precisamos de certas vitaminas, minerais, etc, para a formação de corpos fortes. Por outro lado, há “minerais” e “vitaminas” espirituais que precisamos tomar todos os dias também, para sermos crentes saudáveis.
Jesus disse em Mateus 28:18: “… TODA AUTORIDADE ME foi dada no céu e na terra”. Toda e qualquer autoridade que possa ser exercida sobre a terra tem que ser feita através da Igreja, porque Cristo não está aqui em pessoa – no Seu corpo físico.
Somos o Corpo de Cristo. Embora lhe pecamos em oração: “Agora, Senhor, faça isso e aquilo”, deixando tudo consigo, Ele nos conferiu Sua autoridade sobre a terra, ao Seu corpo, à Igreja. Assim, muitos problemas existem porque o permitimos – não estamos tomando nenhuma atitude em relação a eles; antes deixamos para outras pessoas, incluindo a Deus, o fazer alguma coisa.
Isso ficou claro para mim anos atrás quando estudava sobre o assunto. Minha mente não a entendia bem, mas eu a compreendia em meu espírito. Comecei a entender a autoridade que temos. Enquanto orava pela salvação de meu irmão mais velho, ouvi o Senhor me desafiando em meu espírito. Ele disse: “Faça você mesmo alguma coisa com relação a isso!”
Vinha orando pela salvação de meu irmão havia anos. Ele era o que costumamos chamar de “a ovelha negra” da família. Apesar de minhas orações, parecia que estava piorando ao invés de melhorar.
Sempre orava: “Deus, salva-o!” Tinha até mesmo jejuado. Estava propenso a voltar ao meu habitual modo de orar, mas depois que o Senhor me desafiou a fazer alguma coisa a respeito – depois de me ter dito que eu tinha autoridade – eu disse: “Em Nome de Jesus, desfaço o poder do diabo na vida de meu irmão e clamo por sua salvação!”
Ordenei. Não fiquei repetindo a mesma coisa ou orando e orando. Quando um rei dá uma ordem, ele sabe que vai ser cumprida.
O diabo tentou me dizer que meu irmão nunca seria salvo, mas fechei minha mente e comecei a rir. Disse: “Satanás, não penso que ele será salvo – eu sei que será! Desfiz seu poder sobre ele tomando o Nome de Jesus, e clamei por sua libertação e salvação”. Segui meu caminho assobiando.. Decorrido dez dias meu irmão foi salvo. A Palavra funciona!
COMO LIDAR COM O DIABO
Enquanto Satanás puder manter você na incredulidade ou o segurar você na arena da razão, ele o chicoteará em cada batalha. Mas, se você o prender na arena da fé e do Espírito, você o chicoteará todas as vezes. Ele não discutirá com você sobre o Nome de Jesus – ele tem medo desse Nome.
Descobri que o modo mais eficaz de se orar é aquele pelo qual você requer os seus direitos. É assim que eu oro: “Exijo meus direitos!”
Pedro na Porta Formosa não orou pelo aleijado, ele ordenou que este fosse curado (Atos 3:6). Você não está exigindo de Deus quando cobra seus direitos; está fazendo-o ao diabo.
Jesus fez essa afirmação em João 14: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei… Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (vs. 13,14). Aqui Ele não está se referindo à oração. A palavra grega aqui é “exigência”, não. “pedido”.
Por outro lado, João 16:23,24 está falando de oração: “E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.” (O Pai é mencionado aqui em conexão com oração, o que não acontece na passagem de João 14.)
De fato o texto grego diz: “Tudo o que você exigir como seus direitos e privilégios..!’ Você precisa saber quais são seus direitos.
Há muitos anos, quando pastoreava uma pequena igreja no Texas, uma mulher trouxe sua irmã com uma doença mental grave, para que orássemos por ela. Porque havia tentado matar a si própria e a outros, tinha sido colocada numa cela por dois anos. Entretanto, sua saúde tinha piorado e os médicos lhe recomendaram um período de licença em casa, pois não mais a consideravam perigosa.
Quando sua irmã me apresentou como “pregador”, textos bíblicos começaram a sair, sem parar, da boca daquela mulher. Ela pensava que havia cometido o pecado que não tem perdão. O Senhor me disse que ficasse diante dela e dissesse: “Sai, espírito imundo, no Nome de Jesus!” Foi o que fiz, mas nada aconteceu. Ela simplesmente ficou sentada, parecendo uma estátua.
Sabia que tinha dito a palavra de fé. Não temos que ficar o dia todo ordenando aos demônios que saiam. Eles vão fazê-lo no momento em que você lhes ordene que o façam, quando você reconhece sua autoridade. Têm que sair mais cedo ou mais tarde.
Dois dias após, disseram-me que a mulher estava tendo um violento ataque, semelhante ao que tivera quando perdeu a consciência pela primeira vez. Essas notícias não me perturbaram. Lemos na Bíblia que em casos como esses, quando Jesus repreendia o diabo, as pessoas caíam e o diabo as torturava. Sabia que o diabo estava só machucando aquela mulher antes de deixá-la para sempre. Sabia que ela não ficaria mais possessa, o que realmente ocorreu. Os médicos a consideraram normal e a mandaram de alta para casa. Vinte anos mais tarde ela estava feliz e saudável, ensinando uma classe de Escola Dominical e trabalhando no comércio.
O PAPEL DA FÉ NA AUTORIDADE
A fé está envolvida no exercício da autoridade espiritual. Sim, há vezes em que os espíritos malignos saem imediatamente, mas se isso não acontece quando se fala a palavra de fé, não se perturbe.
Firmo minha fé no que a Palavra diz. A fé de algumas pessoas não se baseia, na Bíblia, mas numa manifestação. Operam a fé exterior no campo dos sentidos. Se obtêm certas manifestações, acham que o diabo se foi. Mas ele não se vai só pelo fato de se ter uma manifestação. Ele ainda está lá, e é preciso que se saiba disso e se exercite autoridade.
Quando as circunstâncias não mudam imediatamente, algumas pessoas ficam desanimadas e se voltam para o natural. Começam a fazer comentários incrédulos e derrotam-se a si mesmos. Dão ao diabo domínio sobre eles.
Como Smith Wigglesworth costumava dizer: “Não sou movido pelo que vejo. Não sou movido pelo que sinto. Sou movido pelo que creio.” Portanto, fique firme em sua posição.
Antes de receber o batismo no Espírito Santo, eu era um jovem pastor batista. Foi durante a Grande Depressão econômica dos anos trinta e ainda tinha minha mãe e meu irmão menor para sustentar. A precária pensão de minha mãe pagava as necessidades básicas, impostos e a previdência social. Eu ajudava na alimentação.
Tinha só um terno e mais uma calça. Durante aqueles dias de Depressão havia muito roubo e alguém roubou minhas calças. Foram roubadas numa segunda-feira e eu tinha que pregar na quinta. Na terça-feira orei quando voltava do trabalho: “Senhor, tudo o que me restou são estas calças velhas e não posso pregar com elas. São calças velhas de trabalho”. Disse ao Senhor que até quinta-feira esperava ver minhas calças que tinham sido roubadas de volta no mesmo lugar onde estavam antes. Orei pedindo que a pessoa que as tivesse roubado se sentisse tão infeliz que se visse obrigada a trazê-las de volta.
Veja, é um espírito mal que faz com que uma pessoa roube. Estava lidando com aquele espírito e não com a pessoa, porque temos autoridade sobre espíritos. Ordenei ao espírito que interrompesse sua ação.
Quando voltei para casa na quinta de tarde, sabia que as calças estariam lá, e realmente estavam. Portanto, podemos – e devemos – nos levantar contra o diabo.