As Epístolas Paulinas da Prisão – Panorama do NT

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As Epístolas Paulinas da Prisão – Panorama do NT

Perguntas Normativas:

– Em qual de seus diversos períodos de encarceramento Paulo, provavelmente, escreveu suas chamadas epístolas da prisão?

– Quais são as relações existentes entre as epístolas da prisão?

– Quais circunstâncias levaram Paulo a pleitear junto a File­mom em favor de um escravo fugido?

– Por que Paulo escreveu para a igreja de Colossos, apesar de não estar familiarizado com ela? Qual era a natureza da “heresia colossense”, segundo se pode inferir das medidas corretivas de Pau­lo?

– Qual seria o destino da epístola que provavelmente foi erro­neamente atribuída aos “Efésios”? Como poderíamos comparar sua estrutura e sua distintiva ênfase teológica com a epístola aos Colossenses?

– O que impeliu Paulo a escrever a epístola aos Filipenses? Quais eram as atitudes e as expectativas de Paulo naquele tempo – e quais eram suas preocupações com a igreja de Filipos?

 

Aprisionamento de Paulo

         Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom compreendem as chamadas epístolas da prisão (ou do cativeiro), assim denomina­das porque Paulo se achava encarcerado quando as escreveu. Há dois períodos conhecidos de aprisionamento de Paulo, um em Cesaréia, durante o período de governo de Félix e de Festo (vide Atos 23 – 26), e outro em Roma, enquanto Paulo esperava ser julgado perante César (vide Atos 28). Com apoio de escassa tra­dição da Igreja antiga, alguns eruditos têm conjecturado um ou­tro período de aprisionamento em Éfeso, durante o prolongado ministério de Paulo ali. Paulo menciona “freqüentes” aprisiona­mentos em II Coríntios 11:23, mas provavelmente ele aludia a en­carceramentos de uma noite ou pouco mais, como se verificou em Filipos (vide Atos 16:19-40). A posição tradicional atribui to­das as chamadas epístolas da prisão ao período de aprisiona­mento em Roma, mas a possibilidade que isso tenha ocorrido em Éfeso ou Cesaréia pelo menos não deve ser varrida da mente, no caso de cada uma das epístolas da prisão.

 

FILEMOM: APELO EM FAVOR DE UM ESCRAVO FUGIDO

 

Tema

Na epístola a Filemom, o apóstolo solicita a certo cristão, pro­prietário de escravos, que acolhesse gentilmente, e talvez até conferisse a liberdade, a um escravo fugido que apenas recente­mente se convertera, e que agora retornava à presença de seu se­nhor. Dificilmente há um exemplo mais notável dos salutares efeitos sociológicos do evangelho, em todo o Novo Testamento.

 

Filemon, proprietário de escravos

Filemom, residente de Colossos, tornara-se cristão por inter­médio de Paulo (“tu me deves até a ti mesmo”, versículo 19). Mui provavelmente isso sucedeu na cidade vizinha de Éfeso, du­rante o ministério efetuado ali por Paulo. Uma congregação cos­tumava reunir-se na residência de Filemom (vide o segundo

versículo). Os primitivos cristãos não contavam com templos, e, por isso mesmo, se reuniam nas residências de seus membros. (Se o número de crentes fosse grande demais para acomodá-los, usa­vam diversas residências.)

 

Onésimo, o escravo

Um escravo de Filemom, de nome Onésimo, fugira levando consigo algum dinheiro de seu senhor e se refugiara em Roma, onde, de algum modo, entrou em contacto com Paulo. (Vide as discussões às págs. 340ss. acerca do lugar de origem das epístolas aos Efésios e aos Colossenses, escritas ao mesmo tempo que a epístola a Filemom.) O apóstolo foi o agente da conversão de Onésimo, tendo-o convencido que, na qualidade de cristão, ele deveria retornar à companhia de seu senhor e viver à altura do significado de seu nome próprio, porquanto “Onésimo” significa “útil” (vide os versículos 10 – 12). Com grande tato e cortesia cristã, pois, Paulo escreveu a fim de persuadir a Filemom não somente a aceitar Onésimo de volta sem puni-lo ou tirar-lhe a vida (o usual tratamento conferido a es­cravos que fugissem), mas também a acolher a Onésimo como “irmão caríssimo… no Senhor” (vide o versículo 16). Paulo de­sejava reter Onésimo como um auxiliar (vide o versículo 13). Tem sido sugerido que as palavras que transandam a confiança. “farás mais do que estou pedindo” (vide o versículo 21), dão a entender que Filemom deveria mesmo dar a carta de alforria a Onésimo, mas talvez Paulo estivesse sugerindo apenas que Filemom permi­tisse que Onésimo se ocupasse do trabalho missionário. Paulo também se comprometeu a pagar a Filemom pela perda finan­ceira causada pelo furto praticado por Onésimo; entretanto, a menção imediata da dívida espiritual maior ainda de Filemom ao apóstolo convida aquele a cancelar a dívida financeira que Paulo acabara de assumir (vide os versículos 18 – 20).

Ler Filemom.

 

Arquipo

Os professores John Knox e E. J. Goodspeed têm sugerido que Filemom tornou-se superintendente das igrejas do vale do rio Lico, onde estavam localizadas as cidades de Colossos, Laodi­céia e Hierápolis; que mui provavelmente ele fixara residência em Laodicéia, e não em Colossos; que Arquipo, e não Filemom, era o verdadeiro proprietário de Onésimo, pelo que teria sido o real endereçado da epístola; mas que Paulo enviara a Onésimo de volta com a carta, via Filemom, a fim de que este importante ministro do evangelho exercesse pressão sobre Arquipo, ao qual Paulo não conhecia, no sentido de que liberasse a Onésimo para servir como missionário em companhia de Paulo. A epístola “a Filemom”, por conseguinte, torna-se a “epístola aos “de Laodi­céia”, mencionada em Colossenses 4.16, porquanto fora primeiramente ter nas mãos de Filemom, em Laodicéia, e em seguida foi encaminhada a Arquipo e à igreja que se reunia em sua residência. O “ministério” que Arquipo deveria cumprir, conforme a exortação constante em Colossenses 4:17, não é outra coisa além da anuência ao pedido do apóstolo para que Onésimo fosse liberado da servidão, para poder tornar-se auxiliar de Paulo. (Goodspeed, New Solutions of New Testament Problems, University of Chicago, 1927; Knox, Philemom among the Letters of Paul, 2ª edição, Nashvilie: Abingdon, 1959.) Contrariamente a essa teoria, entretanto, parece que o “ministério” de Arquipo, que ele recebera “do Senhor” e        deveria “cumprir”, era algo mais ativo e oficial do que a soltura de um simples escravo. Outrossim, a menção de Filemom em primeiro lugar, e não de Arquipo, parece que faz de Filemom o endere­çado primário da carta (vide os versículos 1,2: Filemom, sua es­posa, Áfia, Arquipo, o líder da igreja e talvez filho de Filemom, e a congregação que costumava reunir-se na residência de File­mom). Paulo dirigiu-se a outros, incluindo a congregação, a fim de exercer sobre Filemom certa pressão pública.

 

ESBOÇO SUMÁRIO DE FILEMOM

 

Tema: misericórdia por em escravo fugido que se tornara cristão.

INTRODUÇÃO: Saudação (1-3)

  1. Ação de Graças por Filemom (4-7)
  2. Apelo em favor de Onésimo (8-22)

CONCLUSÃO: Saudações e bênção (23-25)

 

Para investigarão posterior:

 

Blaiklock, E. M. From Prison in Rome. Grand Rapids: Zondervan, 1964.

Carson, H. M. The Epistles of Paul to the Colossians and Philemom. Grand Ra­pids: Eerdmans, 1960.

Moule, C. F. D. The Fpistles of Paul the Apostle to the Colossians and to Phile­mom. Cambridge Universitv Press, 1958

 

 

COLOSSENSES: CRISTO, O CABEÇA DA IGREJA

 

Tema

Em sua epístola aos Colossenses, Paulo enfoca a pessoa divina e a obra criadora e remidora de Cristo, em contra-ataque à des­valorização de Cristo, conforme vinha sendo feito por certa variedade particular de heresia, que ameaçava a igreja de Colossos. Em seguida, Paulo extrai as implicações práticas dessa exaltada cristologia no tocante à vida e à conduta diárias dos crentes.

 

Origem em Éfeso

O antigo prólogo marcionita (Uma introdução à epístola, escrita da perspectiva marcionita, uma variedade gnóstica.) anexado à epístola aos Colossen­ses, diz que Paulo escreveu a epístola em apreço quando se en­contrava em Éfeso. Contudo, tal tradição é digna de dúvidas, por­quanto também afirma que Paulo escreveu em Roma a epístola a Filemom. Não obstante, Colossenses e Filemom estão inseparavelmente ligadas entre si, pois ambas essas epístolas mencionam Timóteo, Aristarco, Marcos, Epafras, Lucas, Demas, Arquipo e Onésimo (vide Colossenses 1:1 e Filemom 1; Colossenses 4:10-14 e Filemom 23 e 24; Colossenses 4:17 e Filemom 2; Colossenses 4:9 e Filemom 10 ss.). A duplicação de tantos nomes sem dúvida indica que Paulo escreveu e enviou ambas as epístolas ao mesmo tempo e do mesmo lugar.

Acresça-se a isso que se Paulo escreveu as epístolas aos Colos­senses e a Filemom, estando encarcerado em Éfeso, então o escravo Onésimo surripiara o dinheiro de seu senhor a apenas cento e sessenta quilômetros distantes

 

 

de Éfeso; no entanto, isso é improvável, pois Onésimo sem dúvida teria reconhecido que poderia ser facilmente recapturado, se ficasse em local tão pró­ximo de casa. É muito mais provável, pois, que Onésimo tenha fugido para a imensa cidade de Roma, a fim de melhor ocultar-se entre as multidões de habitantes da capital. Outrossim, Lucas achava-se em companhia de Paulo quando este último escreveu a epístola aos Colossenses (vide Colossenses 4:14); mas a descrição do ministério de Paulo em Éfeso não faz parte de uma das seções “nós” do livro de Atos. Por conseguinte, deveríamos rejeitar um período de aprisionamento em Éfeso como ocasião e lu­gar de origem da epístola aos Colossenses, a despeito do apoio parcial que essa idéia recebe da tradição marcionita.

 

Origem em Cesaréia

Ainda é menos provável que a epístola aos Colossenses tenha sido escrita durante o aprisionamento de Paulo em Cesaréia. Ce­saréia era, igualmente, uma cidade menor e menos provável que Roma, como localidade para onde um escravo fugido ter-se-ia dirigido, a fim de evitar ser apanhado. Dificilmente, além disso, Onésimo teria podido entrar em (contato com Paulo em Cesa­réia, porque somente os amigos de Paulo receberam permissão de entrevistar-se com ele ali (vide Atos 24:23). Outrossim, a ex­pectativa que Paulo tinha de ser solto em breve (pediu a File­mon que lhe preparasse hospedagem! – vide Filemom 22), não se coaduna com um aprisionamento em Cesaréia, onde Paulo pôde perceber que sua única esperança consistia de apelar ao tribunal de César.

Origem em Roma

Diversas considerações favorecem o aprisionamento em Ro­ma: (1) o mais provável é que para ocultar sua identidade, Onésimo tivesse fugido para Roma, a cidade mais populosa do império;(2) a presença de Lucas, que acompanhara a Paulo até Roma, se­gundo se vê no livro de Atos: (3) a diferença no que concerne à ênfase doutrinária entre a epístola aos Colossenses, onde Paulo não estava preocupado com a controvérsia judaizante, e as epís­tolas aos Gálatas, aos Romanos e aos Coríntios, nas quais ele res­saltou fortemente a nossa liberação da legislação mosaica, sugere que Paulo escreveu a epístola aos Colossenses durante o período posterior de aprisionamento em Roma, quando à controvérsia judaizante já não ocupava tanto de suas preocupações.

 

Fundação da igreja de Colossos

A cidade de Colossos ficava no vale do rio Lico, em um distrito montanhoso a cerca de cento e sessenta quilômetros de Éfeso. Vide o mapa à pág. 252. As cidades vizinhas de Laodicéia e Hierá­polis ultrapassavam a Colossos em escala de importância. A ma­neira distante com que Paulo diz que “ouvira” a respeito da fé cristã de seus leitores (vide 1:4), e a inclusão desses leitores entre aqueles que nunca o tinham visto face a face (vide 2:1) subenten­dem que Paulo nem fundara a igreja de Colossos e nem a visitara ainda. E visto que os crentes colossenses tinham aprendido sobre a graça de Deus por intermédio de Epafras (vide 1:6,7), este úl­timo é que deve ter sido fundador daquela igreja. Não obstante, Epafras estava em companhia de Paulo, quando o apóstolo es­creveu esta epístola (vide 4:12,13). Podemos concluir disso que Epafras se tornara cristão através do ministério de Paulo em Éfeso, que ele então se pôs a evangelizar a região circunvizinha de Colossos, Laodicéia e Hierápolis, e que depois visitara a Paulo na prisão, a fim de solicitar seus conselhos acerca de uma peri­gosa heresia que ameaçava tragar a igreja de Colossos (vide abaixo). Evidentemente Arquipo fora deixado encarregado da igreja local (vide 4:17). De conformidade com essa hipótese, po­demos entender por qual razão Paulo assumira autoridade sobre a igreja de Colossos, embora nunca antes tivesse estado ali; ele era o “avô” da igreja, através de seu convertido, Epafras, e, como tal, seu juízo fora solicitado.

 

Uma igreja gentílica

Os crentes de Colossos eram predominantemente gentios. Paulo os classifica entre os incircuncisos (vide 2:13). Em Colos­senses 1:27, as palavras “entre os gentios” e “em vós” parecem expressar pensamentos paralelos e eqüivalentes. E a descrição dos colossenses como quem outrora foram “estranhos e inimigos no entendimento” (vide 1:21) faz-nos lembrar de fraseologia similar, em Efésios 2:11 ss., onde Paulo indubitavelmente se re­porta a gentios.

 

A heresia colossense

A epístola aos Colossenses gira em torno da chamada “heresia colossense”. Podemos inferir certas características daquela falsa doutrina com base no contra-ataque de Paulo. De fato, provavelmente Paulo toma por empréstimo palavras e expressões utilizadas pelos falsos mestres, como “conhecimento” e “plenitude”, fazendo-as voltar-se contra a heresia, ao preenchê-las com um conteúdo ortodoxo. Essa heresia detratava a pessoa de Cristo, razão pela qual o apóstolo frisa a proeminência de Cristo (vide 1:15-19); dava ênfase à filosofia humana, isto é, especulações vazias, à parte da revelação divina (vide 2:8); continha elementos próprios do judaísmo, como a circuncisão (vide 2:11 e 3:11), as tradições rabínicas (vide 2:8), regulamentos sobre alimentos e a observância do sábado e de festividades religiosas (vide 2:16); incluía a adoração aos anjos, como intermediários, a fim de que o Deus altíssimo (puro Espírito) fosse conservado incontaminado do contato com o universo físico (vide 2:18) – ca­racterística tipicamente pagã, pois apesar de terem os judeus desenvolvido uma hierarquia angelical, eles não os adoravam e nem consideravam má a natureza física do universo; e alardeavam um ar exclusivista de segredo e superioridade, contra o que Paulo ressaltou a natureza toda-inclusa e pública do evangelho (vide 1:20, 23, 28 e 3:11).

A heresia colossense, por conseguinte, era mescla do lega­lismo judaico, das especulações filosóficas dos gregos e do misti­cismo oriental. É possível que a localização de Colossos, na importante via comercial que ligava o Oriente ao Ocidente, tenha contribuído para o caráter misto da doutrina espúria em pauta. A maior parte de seus característicos aparece no posterior gnosticismo plenamente desenvolvido, bem como nas religiões miste­riosas gregas e orientais. Todavia, a presença de características judaicas nos impede que simplesmente equiparemos a heresia colossense, com aquela que mais tarde veio a ser intitulada de gnosticismo, ou mesmo com as religiões misteriosas, todas as quais eram anti-judaicas ou inteiramente desvinculadas do judaísmo. A heresia de Colossos representou antes a tentativa de invasão do cristianismo por parte de um judaísmo gnóstico sin­cretista, ao qual faltava o motivo redentor de um posterior gnos­ticismo, calcado sobre conceitos anti-judaicos.

 

Doutrina, sobretudo Cristologia

A epístola aos Colossenses conta com duas seções: (1) a seção de doutrinas (capítulos 1 e 2), e a seção de exortações (capítulos 3 e 4). Paulo acentua o aspecto doutrinário da cristologia. A epístola abre com uma saudação, ações de graças e oração. Então ele dá início à grande discussão cristológica (Ler Colossenses 1 e 2).

As declarações elogiosas de Paulo acerca de Cristo mencio­nam:

Seu reino (vide 1:13),

Sua obra remidora (vide 1:14),

O fato de ser Ele a representação externa (“imagem”) de Deus, em forma humana (vide 1:15)

Sua supremacia sobre a criação, como seu Senhor e Herdeiro (porquanto os filhos primogênitos recebiam o dobro da herança de outros filhos, o termo “primogênito” veio a de­notar prioridade e supremacia, pelo que “primogênito da criação” (1:15) não precisa ser entendido como se quisesse afirmar ter sido Jesus o primeiro ser criado),

Sua posição de criador (vide 1:16),

Sua preexistência e coesão do universo (vide 1:17),

Sua preeminência sobre a nova criação, a Igreja, e

Seu primado por haver ressuscitado dentre os mortos para nunca mais morrer (vide 1:18).

 

Alguns eruditos tomam os versículos quinze a vinte como se fossem uma citação de um antigo hino de louvor a Cristo. A “plenitude de Deus”, que em Cristo habita, é a totalidade da natureza divina. Quando Paulo assevera que seus próprios sofrimentos completavam “o que resta das aflições de Cristo” (vide 1:24), não quis dizer que Jesus não conseguiu consumar a obra da redenção. Mas seu intuito foi o de mostrar que os sofrimentos por que passamos para propagar o evangelho também são necessários se os homens tiverem de ser alvos, e também que Cristo continua a sofrer em companhia de Suas testemunhas persegui­das, por motivo de sua união e solidariedade com Ele. O termo “mistério” (em “glória deste mistério… Cristo em vós”, vide 1:27) alude à verdade espiritual oculta dos incrédulos, mas revelada aos crentes.

Em sua polêmica contra a heresia colossense (vide 2:8-23), Paulo esclarece acusadoramente que aquele falso ensino obscurecia a preeminência de Cristo, que as suas observâncias rituais, extraídas do judaísmo, servem somente para prefigurar as realidades espirituais em Cristo, e que seu ascetismo e adoração a anjos fomentam o orgulho humano e diminuem a glória de Cristo.

 

Exortação

A união do crente com Cristo, em Sua morte, ressurreição e ascensão, forma o alicerce das exortações práticas existentes na epístola. Aos cristãos convém adquirirem a perspectiva divina, reputando-se mortos para o pecado, em Cristo, e vivos para a justiça, também em Cristo. Ler Colossenses 3 e 4. Os “citas” (vide 3:11) eram considerados bárbaros especialmente indomáveis. Porquanto o sal retarda a corrupção dos alimentos, a linguagem “temperada com sal” (vide 4:6) provavelmente indica a linguagem impoluta e sem obscenidades.

 

ESBOÇO SUMÁRIO DE COLOSSENSES

Tema: a proeminência de Cristo

INTRODUÇÃO 1:1-12)

  1. Saudação (1:1,2)
  2. Ações de graças (1:3-8)
  3. Oração (1:9-12)
  4. A PREEMINÊNCIA DE CRISTO NA DOUTRINA CRISTÃ (1:13 – 2:23)
  5. Sua obra criativa e remidora (1:13 -2:23)
  6. Sua proclamação por Paulo (1:24 – 2:6)
  7. Sua suficiência em contraste com a heresia colossense (2:8 – 23)
  8. A PREEMINÊNCIA DE CRISTO NA CONDUTA CRISTA (3:1 – 4:6)
  9. União com Cristo em Sua morte, ressurreição e exaltação (3:1-4)
  10. Aplicação do fato de nossa morte com Cristo em relação a ações pecaminosas (3:5-11)
  11. Aplicação do fato de nossa ressurreição com Cristo em relação a ações retas (3:12 – 4:6)

CONCLUSÃO (4:7-18)

  1. A chegada de Tíquico e Onésimo (4:7-9)
  2. Saudações e instruções finais (4:10-17)
  3. Despedida e bênção (4:18).

 

Para investigação posterior:

 

Simpson, E.K., e F.F. Bruce. Commentary on the Epistles to the Ephesians and the Colossians. Grand Rapids: Eerdmans, 1957.

Carson, H. M. The Epistles of Paul to the Colossians and Philemon. Grand Ra­pids: Eerdmans, 1960.

Moule, C.F.D. The Epistles of Paul the Apostle to the Colossians and to Philemon. Cambridge University Press, 1958.

 

 

EFÉSIOS: A IGREJA – O CORPO DE CRISTO

 

Tema

A epístola aos Efésios não foi escrita em resposta a alguma circunstância específica ou controvérsia, conforme se verificou no caso da maioria das epístolas paulinas. Ela tem uma qualidade quase meditativa. No tema compartilhado com a igreja aos Colossenses – Cristo, o cabeça da Igreja, que é Seu corpo – a epístola aos Efésios encarece a Igreja como o Corpo de Cristo ao passo que Colossenses ressalta o fato que Cristo é o cabeça. Colossen­ses adverte contra falsas doutrinas que subestimam a Cristo, ao passo que Efésios expressa louvor por causa da unidade e das bem-aventuranças usufruídas por todos os crentes em Cristo.

 

Tíquico

A indicação que Tíquico haveria de acrescentar pormenores a respeito das circunstâncias de Paulo, mediante suas próprias pa­lavras, subentende que Tíquico foi o portador da epístola que veio a ser intitulada “aos Efésios” aos seus destinatários (vide Efésios 6:21,22). O fato que Paulo se identifica como “o prisioneiro do Senhor” demonstra tanto que ele se achava prisioneiro, quando escreveu a epístola, como o fato que ele tinha consciência do propósito do Senhor em seu encarceramento.

 

Relações com os Colossenses

Paulo deve ter escrito as epístolas aos Efésios e aos Colossen­ses aproximadamente ao mesmo tempo, porque o tema das duas epístolas é extremamente similar (Cristo, o cabeça da Igreja, que é Seu corpo), e porque os versículos concernentes a Tíquico se repetem em forma quase idêntica em Colossenses 4:7,8. Por conseguinte, Tíquico deve ter levado consigo ambas as cartas numa mesma oportunidade. (Colossos ficava a cerca de cento e sessenta quilômetros a leste de Éfeso.)

 

Origem em Éfeso, em Roma ou em Cesaréia

Apesar de que a epístola aos Efésios possa ter sido dirigida à região circunvizinha a Éfeso, e não à própria cidade de Éfeso (vide abaixo), há pouca probabilidade de que Paulo a tenha escrito em algum cárcere em Éfeso. No que tange ao aprisionamento em Cesaréia, a referência paulina ao fato que ele pregava ousada­mente como “embaixador em cadeias” subentende que ele continuava a proclamar o evangelho a despeito de ser um prisioneiro (vide Efésios 6:20); todavia, em Cesaréia somente os seus amigos tinham permissão de visitá-lo (vide Atos 24:22,23). Em Roma, não obstante, Paulo pregava a um cortejo constante de visitantes que vinham entrevistar-se com ele em sua prisão domiciliar (vide Atos 28:30,31). A epístola aos Efésios, por conseguinte, foi escrita durante o período de aprisionamento em Roma, tal como as epístolas intimamente relacionadas aos Colossenses e a File­mon.

 

Teoria de Goodspeed

O erudito norte-americano E.J. Goodspeed postulou a teoria que algum admirador de Paulo foi o autor da epístola aos Efésios, próximo do fim do primeiro século da era cristã. Goodspeed che­gou ao extremo de sugerir que esse admirador foi Onésimo, o es­cravo convertido a respeito de quem Paulo escreveu a Filemom. (The Key to Ephesians, University of Chicago Press, 1956, e outras obras de Goodspeed ou seus continuadores.) Em harmonia com essa teoria, o autor planejou a epístola aos Efésios para servir de sumário da teologia de Paulo, como se a mesma fosse introdução de uma coletânea das epístolas genuínas de Paulo. A coletânea da correspondência paulina foi impulsionada pela proeminência de Paulo no livro recém-escrito de Atos. Entretanto , as evidências dos manuscritos em parte alguma confirmam que a epístola aos Efésios alguma vez houvesse encabeçado a coletânea das epístolas paulinas, conforme poderíamos esperar se a hipótese de Goodspeed estivesse com a razão. Acresça-se que a tradição eclesiática mais antiga atribui ao próprio Paulo a epístola aos Efésios.

 

Endereçada não a Éfeso

As palavras, “em Éfeso”, que se referem ao local da residência de seus leitores originais (vide 1:1), não se encontram na maioria dos mais antigos manuscritos. Assim sendo, Paulo omitiu inteiramente a localização geográfica dos destinatários dessa epístola. Outrossim, o tom distante com que o apóstolo fala sobre o ter “ouvido” acerca da fé de seus leitores (vide 1:15), e sobre o terem eles “ouvido” falar de seu ministério (vide 3:2), bem como a ausência dos termos usuais de carinho e afeto, eliminam Éfeso como o destino da epístola, pois Paulo labutara ali por mais de dois anos e conhecia intimamente aos cristãos efésios, e eles também o conheciam.

 

Os laodicenses?

Certa tradição antiga identifica a igreja de Laodicéia como a destinatária dessa epístola. O erudito alemão Harnack sugeria que antigos copistas suprimiram o nome Laodicéia por causa da condenação da igreja de Laodicéia em Apocalipse 3:14-22, e que copistas posteriores acrescentaram o nome Éfeso por causa da íntima associação de Paulo com a igreja daquela cidade. De fato, Paulo menciona uma carta que escrevera a Laodicéia, em Colossenses 4:16. Porém visto que nenhum manuscrito menciona Laodi­céia em Efésios 1:1, a alteração de “Éfeso” para “Laodicéia”, na tradição antiga, mui provavelmente foi apenas a tentativa de identificar a epístola dirigida a Laodicéia, mencionada na epístola aos Colossenses.

 

Uma epístola circular

Há maiores probabilidades que “Efésios” tenha sido redigida como uma epístola circular, dirigida a diversas igrejas locais da Ásia Menor, nas vizinhanças gerais de Éfeso. De acordo com esse ponto de vista, a menção de Paulo à epístola aos laodicen­ses, em Colossenses 4:16, quiçá aponte para a nossa epístola aos “Efésios”, mas não deixa entendido que a epístola foi endereçada exclusivamente a Laodicéia. Pelo contrário, em sua circulação pelas igrejas espalhadas naquela área geral, essa epístola chegou a Laodicéia e mais tarde chegou a Colossos, como o passo seguinte. A natureza circular dessa epístola, portanto, aclara a omissão do nome de qualquer cidade, no endereço (vide 1:1). Bastaria uma única cópia da carta que circulara de Éfeso, e que voltasse a Éfeso, para fazer com que o nome daquela cidade ficasse facilmente vinculada à epístola.

 

Estrutura

Tal como Colossenses, Efésios se divide em duas porções. Os capítulos 1 – 3 têm natureza doutrinária: os privilégios espirituais da Igreja. Os capítulos 4 – 6 são exortatórios: as responsabilidades espirituais dos crentes.

 

Bênçãos celestiais

Após a saudação (vide 1:1,2), Paulo se lança a uma doxologia de louvor a Deus, por causa das nossas bênçãos espirituais em Cristo, “nas regiões celestiais” (vide 1:3-14). Em outras palavras, a união do crente com Cristo envolve a participação em Sua exaltação, tanto quanto em Sua morte, sepultamento e ressurreição. A doxologia delineia o papel desempenhado por todos os três membros da Trindade, na salvação: o Pai seleciona os crentes (a doutrina da eleição, versículo 4); o Filho os redime (versículo 7); e o Espírito Santo os “sela”, ou seja, o dom do Espírito é a garantia ou penhor de que Ele completará a salvação dos remidos, quando da volta de Jesus Cristo (vide os versículos 13 e 14). Uma ação de graças com oração para que os cristãos possam çompreender e apreciar a imensidade da graça e da sabedoria divinas, segue-se à doxologia (1:15-23). Ler Efésios 1.

 

A graça divina

A fim de ajudar seus leitores a apreciarem a magnitude da graça divina, o apóstolo contrasta o domínio que o pecado exercia sobre eles, antes de se converterem, e sua libertação de tal tirania, após a sua conversão. Também ressalta o fato que a salvação é algo totalmente desmerecido; ela é dada mediante a graça divina, através da fé, e à parte de boas obras meritórias. O ato divino da salvação produz boas obras, mas estas são conseqüências e não meio, de salvação. A graça divina manifesta-se sobretudo na redenção dos gentios, arrancando-os do paganismo, bem como na sua igualdade com os judeus, no seio da Igreja. A mura­lha divisória de hostilidade entre os dois grupos, simbolizada pelo muro existente nos átrios do templo, para além do qual os gentios não eram permitidos passar, não existe mais na Igreja.(Alternativamente, o muro divisório representa a antiga barreira entre Deus e o homem, agora derrubada em Cristo.) Porém, apesar de ser tão grandioso o plano de salvação, Paulo e os seus leitores estavam enfrentando a desagradável realidade das perseguições presentes. Não obstante, ele registra que sua consciência da graça de Deus e de seus privilégios pessoais na propagação das boas novas impediam-lhe o desânimo. Uma similar consciência, por parte de seus leitores, por igual modo haveria de obstar o esmorecimento deles. Portanto, a seção se encerra com uma outra doxologia e oração, no sentido que os leitores de Paulo fossem estabilizados através de um crescente conhecimento espiritual. Ler Efésios 2 e 3.

 

Unidade e diversidade

As exortações práticas começam com um apelo em prol da unidade externa crescente, alicerçada sobre a unidade espiritual já existente na Igreja. No entanto, essa unidade inclui certa diversidade de funções que visam ao crescimento do corpo, a Igreja. Cada cristão recebe uma função ministerial, para a qual os líderes da Igreja precisam equipá-lo. Ler Efésios 4:1-16.

 

A conduta santa

Seguem-se instruções miscelâneas sobre a santificação: Dizei sempre a verdade. Mostrai-vos indignados com justiça, quando isso se fizer necessário; mas não permitais o pecado, não controlando a ira. Não furteis. Evitai a linguagem obscena e o humor malicioso. A seção termina com um verso em tercilho e métrico, que pode ter-se originado em algum primitivo hino batismal, entoado no momento em que o candidato ao batismo emergia das águas:

 

“Desperta, ó tu que dormes,

Levanta-te de entre os mortos,

E Cristo te iluminará.”

 

Ler Efésios 4:17 – 5:14.

 

O enchimento com o  Espírito Santo

A exortação paulina para que nos enchamos com o Espírito Santo indica que tal enchimento se manifestará por intermédio da abstenção de bebidas alcoólicas (tão diferentes do entusiasmo orgíaco dos cultos gregos), e na prática dos cânticos jubilosos e da sub­missão mútua entre os crentes. A submissão mútua envolve as obrigações sociais da subordinação de uma esposa ao seu esposo, mol­dada no exemplo da subordinação da Igreja e Jesus Cristo, o cabeça, envolve o amor de um marido para com a sua mulher, mol­dado no amor de Cristo pela Igreja, Seu corpo, envolve a obediência dos filhos a seus pais, envolve a paciência paterna para com os filhos, a obediência dos escravos a seus senhores e a gentileza dos senhores para com seus escravos.

Depois disso, Paulo vincula as metáforas da cabeça e do corpo com um quadro sobre a Igreja que a apresenta como a noiva de Cristo, o qual é o noivo e marido dela. Tal como marido e mulher se tornam “uma carne” (um corpo só), no relacionamento marital, assim também Cristo e a Igreja são espiritualmente um só. Os eruditos têm sugerido várias fontes para a metáfora paulina da Igreja como o corpo de Cristo; a noção estóica de que o universo é um corpo com muitos membros diversos, a idéia rabínica de que os homens são membros do corpo de Adão em um sentido extremamente literal, a união simbólica ou sacramental do crente com o corpo de Cristo, quando aquele ingere o pão, na Ceia do Senhor. Qualquer que tenha sido a fonte ou fontes originárias – se é que algo assim seria necessário para um homem de tanta originalidade quanto Paulo – o certo é que o conceito hebraico de uma personalidade combinada sublinha a metáfora e, na verdade, a doutrina paulina inteira da união entre o crente e Cristo.

 

A armadura de Deus

Antes da despedida, Paulo exortou a seus leitores a que se aprestassem com a armadura espiritual provida por Deus e a que combatessem contra as forças satânicas que dominam o mundo. Talvez a visão do soldado a quem estava acorrentado, enquanto ditava a epístola aos Efésios, em sua prisão domiciliar, houvesse sugerido ao apóstolo a idéia de “toda a armadura de Deus”. A palavra aqui traduzida por “escudo” denota aquela modalidade de escudo que encobria o corpo todo, e não o pequeno escudo circular dos gregos. “Dardos inflamados” aludem aos dardos e flechas, mergulhados em piche ou algum outro material combustível, o qual era então aceso, e lançado na direção do inimigo. Ler Efésios 5:15 – 6.24.

 

ESBOÇO SUMÁRIO DE EFÉSIOS

 

Tema: privilégios e responsabilidades espirituais da Igreja

INTRODUÇÃO: Saudação (1:1,2)

  1. PRIVILÉGIOS ESPIRITUAIS DA IGREJA (1:3 – 3:21)
  2. Louvor pelas bênçãos espirituais originadas no plano de Deus Pai, na realização de Deus Filho e na aplicação de Deus Espírito (1:3 – 14)
  3. Ação de graças e oração pela compreensão crescente acerca da graça divina (1:15-23)
  4. Regeneração dos pecadores exclusivamente pela graça divina (2:1-10)
  5. A reconciliação dos gentios com Deus e com os judeus na Igreja (2:11-22)
  6. Paulo sentia seu privilégio por proclamar o evangelho (3:1-13)
  7. Oração pedindo estabilidade através da compreensão crescente (3:14-19)
  8. Doxologia (3:20,21)
  9. RESPONSABILIDADES ESPIRITUAIS DA IGREJA (4:1 – 6:20)
  10. Manutenção da unidade através da diversidade de ministérios edificadores (4:1-6)
  11. A conduta moral (4:17 – 5:14)
  12. O enchimento com o Espírito (5:15-20)
  13. Submissão mútua entre os crentes (5:21 – 6:9)
  14. Submissão das esposas a seus esposos, tal como a Igreja se submete a Cristo (5:22-24)
  15. Amor dos esposos às suas esposas, como Cristo ama à Sua Igreja (5:25-33)
  16. Obediência dos filhos a seus pais (6:1-3)
  17. A autoridade paterna exercida com paciência (6:4)
  18. Obediência dos escravos para com seus senhores (6:5-8)
  19. Eqüidade dos senhores para com seus escravos (6:9)
  20. A luta espiritual com a utilização de toda a armadura de Deus contra as forças satânicas (6:10-20)

CONCLUSÃO: a chegada de Tíquico, uma saudação final e bênção (6:21-24)

 

Para investigação posterior:

 

Foulkes, F. The Epistle of Paul to the Ephesians. Grand Rapids: Eerdmans, 1963.

Bruce, F.F. The Epistle to the Ephesians. Londres: Pickering and Inglis, 1961.

Simpson, E.K., e F.F. Bruce. Commentary on the Epistle to the Ephesians and the Colossians. Grand Rapids: Eerdmans, 1957.

 

 

FILIPENSES: AMIGÁVEL NOTA DE AGRADECIMENTO

 

Tema e motivos

Segundo as aparências, a igreja de Filipos era a favorita de Paulo. Ele recebia apoio financeiro regular da parte dela (vide Filipenses 4:15 ss.; II Coríntios 11:8 ss.) A epístola aos Filipenses, pois, é a mais pessoal de qualquer das epístolas que Paulo escreveu a uma igreja local. Na verdade, é uma nota de agradecimento pelo mais recente respaldo financeiro que aqueles crentes tinham enviado ao apóstolo (vide 4:10,14), que fora enviado por meio de Epafrodito (vide 2:25). Durante a viagem, ou depois de sua chegada com a oferta, Epafrodito caíra doente de maneira quase fatal (vide 2:27). Os crentes de Filipos ouviram falar de sua enfermidade, e chegou recado de volta a Epafrodito de que aqueles irmãos muito se preocupavam com ele. Paulo sentiu que Epafrodito desejava retornar a Filipos, e por isso o enviou de volta como portador da epístola (vide 2:25-30).

 

Propósitos secundários

O regresso de Epafrodito não somente capacitou Paulo a escrever aos filipenses acerca de sua gratidão pela ajuda financeira, mas também lhe deu a oportunidade de contra-atacar a tendên­cia para o cisma, que se manifestara na igreja dos filipenses (vide 2:2 e 4:2), de adverti-los a respeito dos judaizantes (capítulo 3), e de preparar aqueles crentes para as visitas, em futuro próximo, de Timóteo, e, quem sabe, do próprio Paulo (vide 2:19-24).(“Epafrodito” é a forma completa de “Epafras, que aparece na epístola aos Colossenses. Porém, não dispomos de evidências suficientes para ìdentificar Epafras, fundador da igreja de Colossos, com Epafrodito. mensageiro da igreja de Fi­lipos.)

 

Origem em Cesaréia

Paulo era prisioneiro quando escreveu a epístola (” … minhas algemas… minhas cadeias…” 1:7 e 13). Porém, a qual de seus períodos de aprisionamento Paulo se refere? Provavelmente não àquele de Cesaréia, porque ali Paulo não teria podido pregar tão abertamente como fica implícito em 1:12,13 (comparar com Atos 24:23). Além disso, Paulo teria reconhecido que se fosse solto em Cesaréia, disso resultaria quase instantâneo linchamento, por parte dos judeus da área, pelo que também sua única possibilidade de segurança consistia de apelar para César, e assim partir para Roma sob custódia. No entanto, lê-se em Filipenses 1:25: 2:24 (e também em Filemom 22) que Paulo esperava ser solto em breve.

 

Origem em Éfeso

Éfeso representa melhores probabilidades, e isso por uma série de razões. Paulo escreveu que esperava enviar Timóteo a Filipos (vide 2:19,23): e Lucas escreveu que Paulo enviou Timóteo e Erasto a Filipos de Éfeso (vide Atos 19:22). (Todavia, se essas duas passagens são verdadeiramente paralelas, por que Paulo omite a menção a Erasto, em Filipenses 2:19 ss.?) Um outro argumento que favorece a idéia de um aprisionamento em Éfeso é o que observa que a polêmica contra os judaizantes, no terceiro capítulo, é similar ao anterior padrão de pensamento de Paulo. (Permanece de pé a possibilidade, contudo, de que um posterior avanço dos judaizantes tinha revivado a anterior polêmica de Paulo contra os mesmos.)

Há inscrições que testificam do fato que um destacamento da Guarda Pretoriana esteve, de certa feita, postado em Éfeso, e Paulo menciona a Guarda Pretoriana em 1:13. Por semelhante modo, “os da casa de César” (4:22) são palavras que poderiam aludir aos servos civis imperiais que se encontravam em Éfeso.

Em consonância com o livro de Atos, Lucas acompanhou Paulo a Roma, mas não esteve em sua companhia em Éfeso. O fato que Paulo não menciona Lucas em Filipenses, conforme o faz em Colossenses 4:14 e Filemom 24, por conseguinte, sugere-­nos que ele escreveu a epístola aos Filipenses estando aprisionado em Éfeso. (Mas, se Filipenses foi escrita perto do fim do período de seu aprisionamento em Roma [ver abaixo], então Lucas poderia ter deixado a companhia de Paulo naquela altura dos acontecimentos, pelo que esse argumento do silêncio não é decisivo).

Também tem sido argumentado, na defesa de um aprisiona­mento em Éfeso, de que se Paulo tivesse escrito a epístola aos Fi­lipenses mais tarde, em Roma, dificilmente ele poderia ter afiançado que aos seus leitores, por algum tempo, “faltava oportunidade” para enviar-lhe assistência financeira (vide 4:10). Tanto tempo ter-se-ia escoado, pelo tempo em que foi aprisionado em Roma, que eles teriam tido uma mui prolongada oportunidade; todavia, uma anterior detenção em Éfeso teria dado margem a tal afirmativa. Entretanto, não conhecemos todas as circunstâncias financeiras de Paulo e dos crentes filipenses. A fim de evitar a acusação de extravio, talvez Paulo tivesse recusado receber sis­tematicamente quaisquer dádivas de ordem pessoal, durante o período em que estava coletando dinheiro para a igreja de Jerusalém. Essa pode ter sido a razão pela qual aos crentes filipenses “faltava oportunidade”.

Geralmente tido como o mais incisivo argumento em favor de um aprisionamento em Éfeso, em contraposição a Roma, é que a epistola aos Filipenses pressupõe um grande número de viagens entre Roma e Filipos (que ficavam a cerca de um mês de viagem de distância entre si), ao passo que a curta distância entre Éfeso e Filipos permite conhecermos as numerosas viagens que houve entre as duas cidades, dentro de um breve período de tempo. As viagens pressupostas na epístola aos Filipenses são as seguintes:

(1) a mensagem levada de Roma a Filipos, de que Paulo fora aprisionado lá;

(2) o transporte da ajuda financeira por meio de Epafrodito;

(3) as notícias dadas, chegadas a Filipos, de que Epafrodito ha­via caído doente: e

(4) as notícias de volta de que os filipenses muito se preocupa­vam com Epafrodito.

Na realidade, porém, esse argumento em prol de Éfeso às expensas de Roma não é substancial. O tempo para as jornadas entre Roma e Filipos teria sido apenas de quatro a seis meses, no total. Se permitirmos algum intervalo entre essas viagens, mesmo assim ainda restará prazo suficiente para o mínimo de dois anos (ou mais) que Paulo, ao que sabemos, passou em Roma (vide Atos 28:30). Ora, Paulo escreveu a epístola aos Filipenses quase no fim do período de certo aprisionamento, pois declarou que esperava receber a liberdade em breve (vide 1:19-26) e que visitaria aos fi­lipenses (vide 2:23,24). A sua transferência, da casa que ele mesmo alugara (vide Atos 28:16,23,30) para as barracas da Guarda Pretoriana, no Palatinado (vide Filipenses 1:13), indica que seu julgamento, afinal, estava em andamento e, na verdade, quase se concluíra.

Outrossim, os crentes Filipenses podem ter sabido de antemão que Paulo seguia aprisionado para Roma, pelo que Epafrodito já poderia ter partido para Roma. Ou então, visto que o naufrágio fez Paulo demorar-se em Malta, Epafrodito pode ter chegado em Roma antes de Paulo. Os cristãos de Roma sabiam da vinda de Paulo, desde antes de sua chegada, porquanto vieram encontrar-­se com ele fora da cidade, tendo-o escoltado pelo resto do caminho (vide Atos 28:15,16). Teriam eles sido informados por Epafrodito? Dentro da lista acima, somente as jornadas de número dois e quatro são necessariamente pressupostas, e o fator temporal sob hipótese alguma serve de entrave ao ponto de vista de que Paulo escreveu a epístola aos Filipenses quando estava em Roma.

Militando contra a idéia de um aprisionamento em Éfeso há a consideração que Paulo não menciona a coleta para os crentes de Jerusalém (o que jamais saiu de sua mente no decurso de toda a sua terceira viagem missionária, e durante a qual ele ministrara em Éfeso), e ao aludir a questões financeiras, na epístola aos Filipenses, sem dúvida teria feito referência à citada coleta, se por­ventura tivesse escrito durante aquele período em Éfeso. Não nos devemos olvidar, por semelhante modo, que um período de aprisionamento de Paulo em Éfeso é algo inteiramente conjectu­ral, não tendo sido mencionado no livro de Atos, a despeito de Lucas ter entrado em grandes detalhes no tocante ao ministério de Paulo em Éfeso (vide Atos 19).

Em apoio a Roma como lugar da escrita da epístola, a “Guarda Pretoriana” (vide 1:13) e a “casa de César” (vide 4:22) são declarações que mais provavelmente apontam para Roma.(Visto que a Guarda Pretoriana em Roma alcançava o número de cerca de nove mil homens, mas em Éfeso eram muito menos, o fato que “toda” a Guarda Pretoriana ouvira da detenção de Paulo por causa de Cristo (vide 1:13) tem sido aceito como elemento favorável a Éfeso, e não a Roma. Mas o bom êxito de Paulo por toda a parte sugere que a Guarda Pretoriana de Roma, em sua intei­reza, ouvira as notícias, sobretudo se Paulo conseguiu levar à conversão a alguns deles. Ou então, a palavra “praetorium” pode referir-se ao palácio do imperador, e não a tão numeroso grupo de soldados, como os que compunham a Guarda Pre­toriana.)

Segundo Filipenses 1:19 ss., a vida de Paulo correu perigo durante o julgamento. Por conseguinte, tal julgamento deve ter ocorrido na presença de César, em Roma, porquanto em qualquer outro lugar Paulo poderia ter sempre apelado para César, como era de seu direito. A antiga tradição constante no prólogo marcionita, por igual maneira, atribui essa epístola a Roma, como local onde foi escrita. Por todas essas razões, e devido à debilidade dos argumentos em contrário, o ponto de vista tradicional, que diz que Paulo escreveu de Roma a epístola aos Filipen­ses, continua sendo o melhor.

 

Alegria na adversidade

A informalidade de sua nota de agradecimento dificulta o seu esboço. Do princípio ao fim a nota emocional dominante é a do júbilo. No primeiro capítulo, após a saudação habitual, às ações de graças e a uma oração, Paulo descreve o ministério que ele vinha efetuando, apesar de seu aprisionamento, e mesmo por causa dele. A guarda palaciana e o oficialato romano de modo geral, estava ouvindo o evangelho. Outrossim, a coragem demonstrada no testemunho dado por Paulo inspirava a outros cristãos, incluindo aqueles que não gostavam do apóstolo. Estes últi­mos, todavia, não eram mestres falsos, pois o apóstolos os chama “irmãos” (vide 1:14,15): Ler Filipenses 1.

 

O hino da “Kenosis”

         Ler Filipenses 2. Este capítulo é famoso por causa da passagem sobre o auto-esvaziamento de Jesus, ou Sua humilhação e poste­rior exaltação (vide 2:6-11). Muitos eruditos pensam que Paulo estava citando um antigo hino cristão. Tal ensinamento é inci­dental, entretanto, pois faz parte da exortação a respeito da uni­dade eclesiástica mediante a humildade, da qual atitude Jesus é o maior exemplo. O mundo antigo mofava da humildade; a doutri­na cristã, porém, exaltava-a como uma virtude. O trecho suben­tende claramente a preexistência de Cristo antes de Sua encar­nação. Porém, do que Cristo se esvaziara? De conformidade com a teoria da Kenosis, (Kenosis é o termo grego que significa esvaziamento,) Ele se esvaziou de atributos divinos metafísi­cos (mas não dos morais), como, por exemplo, a onipotência, a onisciência e a onipresença. Entretanto, visto que com freqüen­cia Jesus exibiu esses atributos, a crermos nas narrativas dos evangelhos sobre o Seu ministério, uma melhor resposta àquela indagação é que Jesus se esvaziou exclusivamente do exercício independente daqueles atributos (comparar com João 5:19), ou, simplesmente, da glória externa de Sua deidade. Ou talvez o auto-esvaziamento referido no sétimo versículo não faça alusão à encarnação, sob nenhuma hipótese, mas ao fato que Jesus expi­rou na cruz, em paralelismo sinônimo com a referência à morte de Jesus, no versículo a seguir. De acordo com esta última inter­pretação, Paulo estaria citando alusivamente o trecho de Isaías 53:12, que diz:”… porquanto derramou [esvaziou!] a sua alma [o que, com frequência eqüivale ao pronome reflexivo “se”] na morte …”

 

Contra os judaizantes

As palavras, “Quanto ao mais, irmãos meus…”, em Filipenses 3:1, soam muito como a porção de encerramento de uma epístola – e, no entanto, seguem-se mais dois capítulos – e Paulo altera tão subitamente o seu tom que alguns eruditos têm postulado aqui uma longa interpolação, a começar por Filipenses 3:2, extraída de alguma outra epístola. Todavia, a tal opinião faltam evidên­cias comprobatórias nos manuscritos. Melhor é supormos ter ha­vido uma interrupção no ditado, talvez devido a notícias frescas chegadas de Filipos, acerca da ameaça representada por falsos mestres que tinham começado a atuar ali. Paulo tencionara fe­char a epístola, mas então sentiu ser mister prolongar a epístola a fim de incluir avisos a respeito dos judaizantes.

O terceiro capítulo contém uma outra passagem famosa. Trata-se da nota auto-biográfica na qual Paulo repassa o seu pas­sado formativo no judaísmo e a revolução que ocorreu, em sua escala de valores, quando Cristo se tornou o grande alvo da sua vida (vide 3:3-14). Não obstante, uma vez mais o ensino cons­tante nessa passagem é incidental – dessa vez é parte de uma ad­vertência acerca dos judaizantes, os quais, conforme a sarcástica afirmativa de Paulo, praticavam a “mutilação” (ou mesmo “emasculação”), ao invés da circuncisão (vide 3:2). Paulo tam­bém intitula os tais de “cães”, que então eram tidos por criaturas irracionais desprezíveis, sendo o próprio termo pelo qual os judeus regularmente se referiam aos gentios. Uma outra designa­ção é “maus obreiros”, um contra-ataque irônico que alvejava a crença que os tais tinham de que a salvação vem por meio das boas obras A verdadeira circuncisão, no entanto, consiste da fé íntima em Cristo Jesus, independentemente de qualquer mérito pessoal.

O passado formativo de Paulo, no judaísmo, fora impecável: (1) fora circuncidado ao oitavo dia, exatamente conforme fora prescrito pela legislação mosaica (vide Levítico 12:3): (2) seus antepassados eram israelitas: (3) era originário da tribo de Benjamim, do qual saíra o primeiro rei de Israel, Saul (o qual, com pouca variedade em português, também era o nome de Paulo): (4) era ele um hebreu não-helênico, de conformidade com a prática e a cultura herdada; (5) pertencera ao grupo dos fariseus: (6) fora tão zeloso pela sua religião que chegara a perseguir a Igreja; (7) mostrara-se impecável na observância formal da lei. No en­tanto, a entrada de Jesus Cristo em sua vida levou Paulo não me­ramente a desprezar, mas também a renunciar a todas as vanta­gens de seu judaísmo prévio, como se fossem desvantagens. E ele continuou a crescer nessa atitude, chegando a considerá-las mero “refugo” (vide 3:8), a fim de que pudesse experimentar uma crescente experiência de união com Cristo, nos sofrimentos, na morte e na ressurreição do Senhor.

Percebendo que os seus leitores haveriam de entendê-lo erro­neamente, como se ele estivesse reivindicando para si mesmo a perfeição, Paulo a desmente no seu caso e exprime o seu ardor com que, esquecendo-se do passado, prosseguia em direitura ao alvo celeste (vide 3:12-16). “Esquecendo-me” não significa banir da memória (se isso fosse possível), mas desconsiderar algo como destituído de qualquer poder presente.

Uma vez mais a discussão gira em torno dos judaizantes, os quais se faziam contrários à cruz de Cristo ao requererem as obras da lei, adoravam a seu próprio ventre ao insistirem ser ne­cessária a aderência às restrições dietéticas da lei, jactavam-se de sua vergonha ao se despirem para receber o rito de circuncisão e que fixavam a mente nas coisas terrenas ao se ocuparem de for­malidades externas e cerimônias (vide 3:17-19). (Alguns estudiosos pensam que o alvo dessas observações seja o gnosticismo antinomiano e/ou perfeccionista: mas o apelo que Paulo faz a seu próprio pas­sado judaico, e mesmo farisaico, favorece a identificação dos judaizantes através deste capítulo inteiro.) O terceiro capí­tulo termina com uma alusão à “comunidade” ou “cidadania” cristã, nos céus, uma figura de linguagem que se revestia de signi­ficação toda especial para os filipenses, cuja cidade era uma co­lônia populada principalmente com cidadãos romanos que vivam distantes de sua própria pátria, na Itália. Ler Filipenses 3 e 4.

 

Exortações

         As diversas exortações que encontramos no quarto capítulo in­cluem um apelo em defesa da unidade entre duas mulheres que eram membros da igreja local, Evódia e Síntique, que anteriormente haviam sido ajudadoras de Paulo. O irmão a quem compe­tia ajudá-las nessa reconciliação era um “fiel companheiro de jugo”, cujo nome nos é desconhecido, a menos que nessas pala­vras esteja oculto o seu nome, com um jogo de palavras, a saber: “Sízigos forma grega para “companheiro de jugo” ou “cama­rada”, verdadeiramente assim chamado”. Seja como for, Paulo roga que ele vivesse à altura do significado de seu nome ou des­crição, promovendo a reconciliação entre aquelas duas crentes. Seguem-se exortações atinentes à alegria, à paciência, à con­fiança, à oração, às ações de graças e à nobreza de pensamentos – juntamente com promessas de presença divina, da paz e do re­torno de Jesus.

Finalmente, Paulo expressa sua gratidão pelo presente que bem recentemente lhe fora enviado pela igreja de Filipos, como também pelas contribuições anteriores. Por toda esta seção, Paulo conserva uma atitude indiferente para com as questões monetárias propriamente ditas ou no tocante a seus benefícios pessoais, mas indica seu interesse e confiança no que dizia res­peito aos galardões que os crentes filipenses haveriam de rece­ber, por lhe terem feito ofertas tão generosas. Finalmente, sauda­ções e uma bênção concluem a epístola.

 

ESBOÇO SUMÁRIO DE FILIPENSES

 

Tema: agradecimento pela ajuda financeira, com notícias pessoais e exortações.

INTRODUÇÃO: Saudação (1:1,2)

  1. QUESTÕES PESSOAIS (1:3-26)
  2. A gratidão de Paulo, oração e expressão de afeto pela igreja em Filipos
  3. Prédica de Paulo na prisão, a possibilidade de soltura e a prontidão em morrer (1:12-26)
  4. EXORTAÇÕES (1:27 – 2:30)
  5. A conduta digna 1:27-30)
  6. A unidade através da humildade, com o exemplo do esvaziamento de Cristo, por ação espontânea (2:1-18)

III. ENVIO DE TIMÓTEO E EPAFRODITO A FILIPOS (2:19-30)

  1. ADVERTÊNCIA CONTRA OS JUDAIZANTES, COM FAMOSA PAS­SAGEM AUTOBIOGRÁFICA (3:1-21)
  2. EXORTAÇÕES (4:1-9)
  3. Unidade entre Evódia e Síntique (4:1-3)
  4. Alegria e confiança (4:4-7)
  5. Nobreza de pensamentos (4:8,9)
  6. GRATIDÃO PELA AJUDA FINANCEIRA (4:10-20)

CONCLUSÃO: Saudações e bênção (4:21-23)

 

Para discussão posterior:

 

– Paulo e os cristãos primitivos deveriam ter feito uma cruzada contra a escravatura? Por que não o fizeram? Qual deveria ser o envolvimento ou não-envolvimento da Igreja na cura dos males sociais – dentro da igreja, fora da Igreja, oficialmente e por ini­ciativa individual?

– Compare os atuais neo-misticismo e intelectualismo com a heresia colossense.

– Por que as pessoas tendem por reagir contra a ênfase sobre a salvação por meio da pura graça de Deus, que se lê na epístola aos Efésios, erigindo os seus próprios sistemas de salvação mediante obras meritórias?

– Qual era a chave para o júbilo de Paulo, em meio às dificulda­des por que passava, segundo ele exprimiu na epístola aos Fili­penses?

 

Para investigação posterior:

 

Blaiklock, E.M. From Prison in Roma. Grand Rapids: Zondervan, 1964.

Martin, R.P. The Epistle of Paul to the Philippians. Grand Rapids: Eerdmans. 1959.

Pr.Raul
Pr.Raul
Pastor do Ministério Nascido de Novo e coordenador do Seminário Teológico Nascido de Novo, Youtuber e marido da Irmã Vanessa Ângelo.

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