Abordagens para atualizar a mensagem cristã

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Abordagens para atualizar a mensagem cristã.

Quando comparamos o mundo atual com o mundo dos tempos bíblicos, percebemos algumas diferenças significativas.

Os meios de transporte, por exemplo, sofreram uma mudança tremenda.

Nos tempos bíblicos, era comum caminhar ou montar em cavalos ou jumentos.

Assim, quase não se ouvia de viagens que cobrissem grandes distâncias. As jornadas de Paulo, percorrendo a área do Mediterrâneo, eram uma experiência vivida por poucos.

A maior parte das pessoas vivia e morria dentro dos limites de uma caminhada do lugar em que havia nascido. Hoje, porém, é possível marcar, para o mesmo dia, encontros em lugares que distem milhares de quilômetros. Viagens espaciais foram concretizadas e os horizontes estão em constante expansão.

As comunicações são similarmente revolucionárias, no fato de, através de satélites de televisão, ser possível observar, no momento exato de sua ocorrência, o que está acontecendo do outro lado do mundo, enquanto em épocas bíblicas levavam semanas e até meses para transportar uma mensagem de Roma até a Palestina.

Outros aspectos da cultura também sofreram mudanças enormes. A maneira de entender vários conceitos é bem diferente hoje, em comparação com os tempos bíblicos.

Por exemplo, nos tempos bíblicos pensava-se em céu/alto e infemo/baixo: o céu ficava em algum lugar muito acima da terra. Hoje, entendemos que tais coordenadas são relativas. Não vivemos numa terra plana, colocada sob os céus. Entendemos que o termo céu significa que Deus é de alguma forma diferente e que, em algum sentido não-espacial, está muito distante de nós.

O problema é como expressar verdades bíblicas usando figuras que façam sentido hoje. Em alguns casos, a tarefa é até simples; por exemplo, logo encontramos equivalentes contemporâneos que sejam compreendidos por pessoas que não estejam familiarizadas com imagens de pastor e ovelhas. Mais difícil, contudo, é o problema de fazer com que as possessões demoníacas sejam inteligíveis para pessoas que pensam em doenças apenas sob o aspecto de bactérias e vírus, e que não conseguem conceber seres Espirituais invisíveis.

Há vários tipos de abordagem à tarefa de atualizar a mensagem cristã. A primeira é a abordagem que simplesmente diz que devemos apresentar os conceitos bíblicos usando a terminologia bíblica. Não é tarefa do mensageiro cristão tentar fazer com que a mensagem seja inteligível. Essa tarefa cabe ao Espírito Santo. Nós, por conseguinte, não precisamos fazer nenhuma tradução ou interpretação da mensagem para que ela tenha uma expressão contemporânea, especialmente porque os não-cristãos e o espírito do mundo moderno se opõem a tudo que seja sobrenatural.

Tornar a mensagem inteligível e aceitável para tais pessoas seria pervertê-la.

Um extremo contrastante é a abordagem do grupo às vezes chamado transformadores da mensagem cristã.1 Essas pessoas dizem que algumas partes dos conceitos bíblicos estão obsoletas devendo, portanto, ser eliminadas. Não há meio de tornar inteligível para pessoas contemporâneas idéias trazidas de um período anterior de ignorância humana.

Por exemplo, quem vive baseado na tecnologia moderna não deve ser instado a crer em respostas sobrenaturais a orações. Isso seria exigir um sacrifício do intelecto. Dessa maneira, deve-se renunciar a certos trechos da mensagem cristã.

A crença em idéias antiquadas como anjos, demônios e inferno precisa ser abandonada. No processo de reformulação da mensagem cristã, pode haver ocasiões em que seja até necessário alterar-lhe os pontos fundamentais.

Uma terceira posição fica a meio caminho entre as outras duas. É a dos tradutores da mensagem cristã. Essas pessoas são basicamente conservadoras, no sentido de desejar manter o conteúdo essencial do ensino bíblico. Ao mesmo tempo, porém, desejam reformulá-lo ou traduzi-lo em conceitos mais modernos, para encontrar equivalentes contemporâneos para os conceitos tomados da época bíblica.

Os tradutores empenham-se para tornar a mensagem bíblica compreensível para a mentalidade moderna, mas não creem que ela possa ou deva tornar-se necessariamente aceitável para os padrões. Fazê-lo seria alterar a própria natureza da mensagem, pois ela possui uma dimensão intrínseca que sempre causará escândalo para seres humanos pecadores.

O elemento permanente no cristianismo

Agora precisamos tentar identificar o fator imutável no cristianismo. Várias teorias têm sido propostas:
Uma teoria defende que o elemento permanente é institucional. Essa é a posição da Igreja Católica Romana. O que é permanente e perdura através do tempo é a instituição da Igreja Católica.

Seu ensino, por conseguinte, é o que deve ser mantido. Segundo o catolicismo, uma tradição oral que descende dos apóstolos foi confiada à Igreja Católica. Por meio de sua história, a igreja explicita o que está implícito na tradição e a promulga como doutrina.

Para o estranho, isso parece uma proposição de novas idéias; mas, na realidade, de acordo com a Igreja Católica, essas doutrinas estavam presentes dentro da tradição desde o início. Elas são confirmadas pela ligação que têm com a igreja institucional que está presente desde o começo da história cristã.

Uma segunda teoria defende que o elemento permanente no cristianismo é a experiência. Harry Emerson Fosdick afirma que o cristianismo é, em essência, experiências duradouras que são expressas em categorias mutáveis.

Por conseguinte, não precisamos acreditar, digamos, na segunda vinda de Cristo, a qual é mera categoria temporária que foi usada para expressar a confiança no triunfo final de Deus. Haveria alguma categoria hodierna que expresse ou evoque a mesma experiência de confiança em um triunfo final?

Fosdick acredita que há, a saber, o conceito de progresso. Ele não quer dizer necessariamente progresso automático ou invariável, mas apenas a idéia de que está havendo avanço dentro deste mundo. Uma pessoa que tenha essa esperança no futuro, o que lembra a esperança dos primeiros cristãos, guarda o elemento essencial do cristianismo, embora as categorias ou doutrinas tenham sofrido grandes mudanças.

Uma terceira abordagem sustenta que certas ações ou um certo tipo de vida constitui o elemento permanente. Um dos que defenderam essa idéia foi Walter Rauschenbusch, talvez o mais conhecido expoente do evangelho social.

Rauschenbusch insistia em que são os ensinos de Jesus acerca da vida ética e do reino de Deus que constituem o fator duradouro ou permanente. Se acontecer de a pessoa adotar conceitos particulares de Deus, do mundo e da vida ressurreta de Jesus, isso não é um problema crucial.

O que importa é se a pessoa segue os ensinos morais de Jesus e vive como Jesus e seus discípulos viveram. O fator permanente no ensino de Jesus, desse modo, é encontrado mais em “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” do que em “Vou preparar-vos lugar […] voltarei e vos receberei”.

Por fim, há os que insistem em que o elemento permanente encontra-se nas doutrinas. J. Gresham Machen defendeu vigdrosamente essa posição. Ele destacou que não é suficiente apenas adotar os ensinamentos morais de Jesus. Tome-se, por exemplo, a Regra Áurea.

Na realidade, ela pode não atuar para o bem, mas para o mal. Se, por exemplo, os antigos companheiros de um alcoólatra em recuperação fizessem a ele o que gostariam que lhes fosse feito, dariam outro drinque a ele. Assim, a eficácia da Regra Áurea depende do caráter moral e espiritual da pessoa que a pratica.

Também há outros problemas que surgem quando se tenta fazer separação entre o ato moral e o ensino doutrinário de Jesus. Um problema é que Jesus ensinou seus ditames éticos de tal forma que é virtualmente impossível separá-los de seus ensinos acerca de si mesmo.

Se entendermos que ele não era o Filho de Deus, mas um mero professor de moral, temos, então uma pessoa que ou falava falsidades a respeito de si mesmo ou sofria perturbação mental. Tanto em um caso como em outro, haveria pouco sentido em seguir seus ensinamentos éticos.

Um problema semelhante ocorre quando consideramos que o elemento permanente do cristianismo seja a experiência independente da doutrina.

Além disso, no processo de migração da crença em um estabelecimento sobrenatural do reino divino pelo retomo do Senhor para a crença no progresso humano, estamos na realidade alterando a experiência. No segundo caso, nossa confiança baseia-se em uma avaliação da capacidade humana, ao passo que, no primeiro, baseia-se na obra divina e sobrenatural.

Obviamente, ainda que a doutrina talvez não seja todo o elemento permanente do cristianismo, é um de seus elementos indispensáveis.

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Pr.Raul
Pr.Raul
Pastor do Ministério Nascido de Novo e coordenador do Seminário Teológico Nascido de Novo, Youtuber e marido da Irmã Vanessa Ângelo.

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